Informativo

Rio, 14 de março de 2014              

40 horas de acessibilidade em quase 365 dias de exclusão

Projeto de praia “acessível” em Salvador é criticado por militante
dos direitos da pessoa com deficiência


 
No início do ano, a Prefeitura de Salvador implantou o programa “Todos para a praia”, que visa disponibilizar banho de mar assistido, acessibilidade, segurança e facilitadores especializados para que as pessoas com deficiência possam freqüentar o mar durante o verão baiano. No entanto, o projeto ainda está longe de garantir a inclusão da pessoa com deficiência e o seu direito fundamental de ir e vir. O programa aconteceu apenas aos sábados e domingos, entre 25 de janeiro e 16 de fevereiro, entre 09h e 14h, na praia de Ondina.

O texto sobre o projeto escrito por Evangel Vale, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência na Bahia, e que reproduzimos abaixo, é grito de alerta contra as falsas políticas de acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência . O IBDD gostaria de ter escrito as palavras de indignação de Evangel.

"No Brasil para brasileiro ver, existe e persiste a "cultura" dissimulada da relativização do direito. Essa prática, faz com que direitos fundamentais não saiam do papel se o referido "cidadão"que deles necessite, não tenha família influente ou dinheiro.

Entretanto, a quase todos os cidadãos brasileiros, é garantido um direito importantíssimo, que é o de ir e vir. Contudo, uma parcela da população brasileira, composta na sua maioria por pobres, negros e idosos, não tem até hoje a efetivação desse direito.
Dito isto, quero expor indignado minha insatisfação quanto ao projeto da Prefeitura de Salvador, paradoxalmente intitulado de "Praia Acessível". Esse projeto, estipulou cinco horas por dia, por quatro finais de semanas no ano para que as pessoas com deficiência física possam ir a praia em Salvador.

Nessa cidade onde as barreiras sociais e arquitetônicas são brutais, a praia é um espaço de lazer que precisa ser para todos. Sendo assim, um projeto de custo tão baixo, que atende uma parcela de pessoas tão esquecidas pelo governo municipal, não pode durar apenas enquanto os holofotes estiverem acesos. Não existe praia acessível em Salvador. Existiram 40:00 horas de acessibilidade na praia de Ondina, por mais de 360 dias de exclusão das demais praias da cidade, e isso é sacanagem para com quem tem deficiência física ou mobilidade reduzida pela idade"

 

praias inacessíveis

Praias brasileiras e acessibilidade

 
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